Um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade contemporânea, inclui a acelerada geração de lixo causada pelo avanço tecnológico e pelo consumo. Esse problema é agravado, pela baixa taxa de reaproveitamento do material descartado.
Somente no Brasil, no ano de 2015 – foram gerados 79,9 milhões de toneladas de lixo. Dessa quantidade, apenas 3% foram recicladas. Diante desse cenário, o coprocessamento de resíduos surge como uma alternativa sustentável para a reutilização de materiais que, de outra forma, iriam para aterros sanitários.
Além de ser uma prática ambientalmente sustentável e adequada, que contribui com a questão da gestão de resíduos no país, o coprocessamento de resíduos é uma opção para as empresas que visam rentabilizar seus resíduos. Para saber mais sobre as vantagens do coprocessamento, siga com a leitura!
O que é coprocessamento de resíduos?
O coprocessamento de resíduos, consiste na distribuição de variados tipos de resíduos em fornos de alta temperatura utilizados para produção de clínquer, a matéria-prima do cimento.
Nesse processo, os resíduos atuam como combustível ou, até mesmo, como matéria-prima, a depender do resíduo coprocessado. As altas temperaturas eliminam a matéria orgânica dos componentes do resíduo, ao passo que a parte inorgânica é neutralizada e passa a agregar o clínquer.
Assim sendo, ao término do processo, não são formados materiais residuais, resultando em impactos positivos para a conservação e a sustentabilidade do meio ambiente.
Quais materiais podem ser coprocessados?
Diversos materiais podem ser utilizados como combustível ou matéria-prima, na produção de clínquer na indústria do cimento. Em especial, são comumente utilizados produtos oriundos da indústria petroquímica, os quais, pela alta concentração de carbono, atuam como bons combustíveis.
Portanto, tintas, borras oleosas, graxas, pneus, entre outros, podem ser usados no coprocessamento de resíduos. No Brasil, o uso de pneus é bastante relevante porque, além de se reaproveitar esse tipo de material, impede-se a proliferação de mosquitos vetores de inúmeras doenças tropicais, como dengue, febre por vírus Zika, entre outras.
Além dos resíduos petroquímicos, outros tipos também podem ser utilizados, como resíduos de estações de tratamento de água e esgoto, areia, solos, resíduos perigosos, etc. No caso dos resíduos perigosos, as altas temperaturas ajudam a eliminar e neutralizar substâncias nocivas ao meio ambiente.
Para garantir que o coprocessamento seja realizado de forma ambiental e socialmente segura, a atividade de coprocessamento de resíduos deve seguir as diretrizes estipuladas pela Resolução Conama Nº 264, de 26 de agosto de 1999, que define os procedimentos, critérios e limites para a segurança da emissão de gases poluentes, liberados pelas chaminés dos fornos de produção de clínquer.
Quais são as vantagens para o meio ambiente?
A principal vantagem do coprocessamento de resíduos para o meio ambiente, visa a redução do volume de lixo enviado para aterros sanitários. Como já falamos, a instalação de aterros sanitários, por mais que seja, uma das opções adequadas de disposição de resíduos, ainda representa um alto impacto ambiental e social.
Por essa razão, o espaço disponível em aterros sanitários precisa ser utilizado com cuidado, sendo aproveitado, sobretudo, para a disposição de lixo, ou seja, materiais que não podem ser reciclados, reutilizados ou reprocessados.
Além de preservar o espaço disponível para a área dos aterros, o coprocessamento de resíduos elimina materiais que, ao serem depositados irregularmente, poderiam causar sérios problemas ambientais por suas características físico-químicas, já que a maior parte dos materiais coprocessados são oriundos da indústria petroquímica.
E quais são as vantagens do coprocessamento de resíduos para as empresas?
As empresas que encaminham seus resíduos para coprocessamento, devem possuir o CADRI para a destinação dos mesmos, atendendo os parâmetros da legislação, assim, sem preocupação com a fiscalização e penalidades sobre a empresa. Em alguns casos, podem ser beneficiadas financeiramente, com a venda dos resíduos como matéria-prima para a indústria do cimento, ou descontos na destinação dos seus resíduos.
Além disso, a prática do coprocessamento faz com que as empresas atuem de forma mais sustentável, na medida em que reduz o impacto ambiental das atividades da companhia. Dessa forma, o coprocessamento pode ser uma alternativa interessante tanto do ponto de vista legal quanto de gestão da empresa.
Com o coprocessamento de resíduos, as atividades da empresa se alinham às regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige que o gerador se responsabilize tanto pela destinação final do resíduo quanto pela redução da quantidade de resíduo gerado.
Nesse sentido, a segurança e a rastreabilidade da destinação final dada ao resíduo, por meio da venda do material para a indústria do cimento, garante a segurança corporativa e a preservação da imagem da empresa.
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